sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Maior Amigo...

Chamo-me Amor
Quando o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-Me:
Eu sou Aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;

Quando te julgares incompreendido pelos que te circundam, e vires que em torno a indiferença recrudesce acerca-te de Mim:
Eu sou a Luz, sob cujos raios se aclaram a pureza de tuas intenções e a nobreza de teus sentimentos;

Quando se te extinguir o ânimo, as vicissitudes da vida, e te achares na iminência de desfalecer, chama-Me:
Eu sou a Força, capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te às adversidades do mundo;

Quando, inclementes, te açoitarem os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de Mim:
Eu Sou o Refúgio, em cujo seio encontrarás guarida para o teu corpo e tranquilidade para o teu espírito;

Quando te faltar a calma, nos momentos de maior aflição, e te julgares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-Me:
Eu sou a Paciência, que te faz vencer os transes mais dolorosos e triunfar nas situações mais difíceis;

Quando te abateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos, grita por Mim:
Eu sou o Bálsamo, que te cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;

Quando o mundo te iludir com suas promessas falazes e perceberes que já ninguém pode inspirar-te confiança, vem a Mim:
Eu sou a Sinceridade, que sabe corresponder à fraqueza de tuas atitudes e à excelcitude de teus ideais;

Quando a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, chama por Mim:
Eu sou a Alegria, que te insufla alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo interior;

Quando, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela para Mim:
Eu sou a Esperança que te robustece a fé e acalenta os sonhos;

Quando a impiedade se recusar a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-Me:
Eu sou o Perdão, que te eleva o ânimo e promove a reabilitação de teu espírito;

Quando duvidares de tudo, até de tuas próprias convicções, e o cepticismo te avassalar a alma, recorre a Mim:
Eu sou a crença, que te inunda de luz o entendimento e te reabilita para a conquista da felicidade;

Quando já não aprovares a sublimidade de uma afeição sincera e te desiludires do sentimento de teu semelhante, aproxima-te de Mim:
Eu sou a Renúncia, que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo;

Quando, enfim, quiseres saber Quem Sou, pergunta ao riacho que murmura, e ao pássaro que canta; à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.
Eu sou a Dinâmica da Vida e a Harmonia da natureza; Chamo-me Amor.

- - - - - - - - 
Emmanuel - Chico Xavier

No recinto doméstico...

Bondade no campo doméstico é a caridade começando em casa.
Nunca fale aos gritos, abusando da intimidade com os entes queridos.
Utilize os pertences caseiros sem barulho, poupando o lar a desequilíbrio e perturbação.
Aprenda a servir-se, tanto quanto possível, de modo a não agravar as preocupações da família.
Colabore na solução do problema que surja, sem alterar-se na queixa.
A sós ou em grupo, tome sua refeição sem alarme.
Converse edificando a harmonia.
É sempre possível achar a porta do entendimento mútuo, quando nos dispomos a ceder, de nós mesmos, em pequeninas demonstrações de renúncia a pontos de vista.
Quantas vezes um problema aparentemente insolúvel pede tão somente uma palavra calmante para ser resolvido?
Abstenha-se de comentar assuntos escandalosos ou inconvenientes.
Em matéria de doenças, fale o estritamente necessário.
Procure algum detalhe caseiro para louvar o trabalho e o carinho que lhe compartilham a existência.
Não se aproveite da conversação para entretecer apontamentos de crítica ou censura, seja a quem seja.
Se você tem pressa de sair, atenda ao seu regime de urgência com serenidade e respeito, sem estragar a tranqüilidade dos outros.

ANDRÉ LUIZ (ESPÍRITO) / PSICOGRAFIA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER. LIVRO: SINAL VERDE
...................................................................................................................

NOS DOMÍNIOS DA VOZ

Observe como vai indo a sua voz, porque a voz é dos instrumentos mais importantes na vida de cada um.
A voz de cada pessoa está carregada pelo magnetismo dos seus próprios sentimentos.
Fale em tonalidade não tão alta que assuste e nem tão baixa que crie dificuldade a quem ouça.
Sempre aconselhável repetir com paciência o que já foi dito para o interlocutor, quando necessário, sem alterar o tom de voz, entendendo-se que nem todas as pessoas trazem audição impecável.
A quem não disponha de facilidades para ouvir, nunca dizer frases como estas: "Você está surdo?",
"Você quer que eu grite?", "Quantas vezes quer você que eu fale?" ou " já cansei de repetir isso".
A voz descontrolada pela cólera, no fundo, é uma agressão e a agressão jamais convence.
Converse com serenidade e respeito, colocando-se no lugar da pessoa que ouve, e educará suas manifestações verbais com mais segurança e proveito.
Em qualquer telefonema, recorde que no outro lado do fio está alguém que precisa de sua calma, a fim de manter a própria tranqüilidade.

ANDRÉ LUIZ (ESPÍRITO) / PSICOGRAFIA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER. LIVRO: SINAL VERDE
...........................................

PREOCUPAÇÕES

Não se aflija por antecipação, porquanto é possível que a vida resolva o seu problema, ainda hoje, sem qualquer esforço de sua parte.
Não é a preocupação que aniquila a pessoa e sim a preocupação em virtude da preocupação.
Antes das suas dificuldades de agora, você já faceou inúmeras outras e já se livrou de todas elas, com o auxílio invisível de Deus.
Uma pessoa ocupada em servir nunca dispõe de tempo para comentar injúria ou ingratidão.
Disse um notável filósofo: "uma criatura irritada está sempre cheia de veneno", e podemos acrescentar: "e de enfermidade também".
Trabalhe antes, durante e depois de qualquer crise e o trabalho garantirá sua paz.
Conte as bênçãos que lhe enriquecem a vida, em anotando os males que porventura lhe visitem o coração, para reconhecer o saldo imenso de vantagens a seu favor.
Geralmente, o mal é o bem mal-interpretado.
Em qualquer fracasso, compreenda que se você pode trabalhar, pode igualmente servir, e quem pode servir carrega consigo um tesouro nas mãos.
Por maior lhe seja o fardo do sofrimento, lembre-se de que Deus, que agüentou com você ontem, agüentará também hoje.

ANDRÉ LUIZ (ESPÍRITO) / PSICOGRAFIA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER. LIVRO: SINAL VERDE

----
O Espiritismo
www.oespiritismo.com.br

Trabalhar sempre...


"Meu Pai trabalha até hoje, e eu trabalho também". JESUS (João, capítulo 5, versículo 17).

"A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho" FÉNELON (ESPÍRITO)
Em Instruções dos Espíritos, capítulo 1, Item 10 de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

"Todo espírito que deseja progredir trabalhando na obra de solidariedade universal recebe dos espíritos mais elevados uma missão particular, apropriada às suas aptidões e ao seu grau de adiantamento.
Alguns têm por tarefa acolher os espíritos em seu retorno à vida espiritual, guiá-los, ajudá-los a se desprenderem dos fluidos espessos que os envolvem; outros são encarregados de consolar, instruir as almas sofredoras e atrasadas. Espíritos de químicos, físicos, naturalistas, astrônomos, prosseguem em suas pesquisas, estudam os mundos, suas superfícies, suas profundezas ocultas, atuam em todos os lugares sobre a matéria sutil, que fazem passar por preparações, modificações destinadas a obras que a imaginação humana teria dificuldades em imaginar. Outros se aplicam às artes, ao estudo do belo sob todas as suas formas. Espíritos menos evoluídos auxiliam os primeiros em suas tarefas variadas e lhes servem de auxiliares.

Um grande número de espíritos se consagra aos habitantes da Terra e dos outros planetas, estimulando-os em suas pesquisas, fortalecendo os ânimos abatidos, guiando os hesitantes pelo caminho do dever. facilidades desconhecidas na Terra; cada um encontra seu lugar nesse soberbo campo de ação, nesse vasto laboratório universal. Por todos os lados, tanto na amplidão como nos mundos, objetos de estudo e de trabalho, meios de elevação, de participação na obra divina, oferecem-se à alma laboriosa".

LÉON DENIS. LIVRO: O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR.


----
O Espiritismo
www.oespiritismo.com.br

Mensagens...


"A Casa Espírita avança para a condição de Educandário, fornecendo os contributos para o estudo e a análise das criaturas, libertando-as das crendices e superstições, ao tempo em que lhes oferece os recursos para a ação com liberdade sem medos, com responsabilidade sem retentivas, perfeitamente lúcidas a respeito do destino que lhes está reservado, ele próprio resultado da suas opções e atitudes. Uma sociedade que se conduza fiel a esses conceitos e determinações torna-se justa, equânime e os membros que a constituam serão, sem dúvida, felizes.



Portanto, é indubitável que o Espiritismo liberta as consciências das sombras e as conclama às escaladas desafiadoras do progresso".



Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco

...........................................

"O que se pensa sempre responde pelo clima emocional onde se vive. Mede-se, pois, a psicosfera de alguém pela incidência freqüente do seu pensamento, no que elege.



A inteireza moral é uma defesa para qualquer tipo de agressão, difícil de atingida; a conduta digna irradia forças contrárias às investidas perniciosas; o hábito da prece e da mentalização edificante aureola o ser de força repelente que dilui as energias de baixo teor vibratório; a prática do bem fortalece os centros vitais do perispírito que rechaça, mediante a exteriorização de suas moléculas, qualquer petardo portador de carga danosa; o conhecimento das leis da Vida reveste o homem de paz, levando-o a pensar nas questões superiores sem campo de sintonia para com as ondas carregadas de paixão e vulgaridade".



Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
Psicografia de Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Loucura e Obsessão

.........................................................................

AUTO-AVALIAÇÃO

Estabeleça um programa de periódica avaliação dos seus atos, a fim de examinar com acerto como decorre sua vida.

O tempo não pára, desenvolvendo-se dentro de uma medida harmônica, incessante.

Aprenda a usá-lo com sabedoria.

A hora se repete, dentro, porém, de outras circunstâncias.

A terra improdutiva é problema do abandono que lhe dá o proprietário.

O charco pútrido é questão de desprezo por parte do agricultor.

Examine o que você tem feito do solo do seu coração e da terra da sua mente.

Contendas e querelas refletem paixões perniciosas e ociosidade da ação.

Toda colheita responde pela sementeira realizada.

Utilize melhor a oportunidade.

Caminhos em sombra e impérvios dispensam maldições, requerendo luz e correção do piso.

A estrada fala do trânsito que suporta.

Aplique corretamente as energias.

Muita movimentação, pouca produtividade na tarefa.

Trabalhador agitado, rendimento precário.

Organize o mapa de serviços e aja com ordem.

Congele a mentira e a calúnia nos ouvidos, não as passando adiante.

As palavras insensatas ateiam lamentáveis incêndios em mentes e corações fracos.

Manipule seu tempo, objetivando rendimentos superiores.

O que você não puder fazer, evite censurar.

A crítica honesta soluciona o problema; a viciosa agrava-o.

Exercite seus sentimentos, ajudando sempre.

Os heróis e missionários merecem acatamento e respeito.

Siga-lhes os exemplos, aprendendo com eles otimismo e perseverança no bem.

A admiração que nada produz é adorno inútil.

Anote os seus compromissos diários e revise o que logrou atender, ao chegar a hora do repouso noturno. Seja exigente com seus erros e desculpe os dos outros.

O que você não pôde fazer, que o não desanime; o que você fez mal, que o não perturbe.

Avalie a sua produção e renove-se, recomeçando os deveres amanhã com o mesmo alento e disposição de hoje.



Autor: Marco Prisco (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: Roteiro de Libertação

 
----
O Espiritismo 
www.oespiritismo.com.br

O que é reforma íntima e qual a melhor maneira de realizá-la?

Da série de perguntas e respostas feitas por espíritas, denomida de O Espírita Quer Saber.

O que é reforma íntima e qual a melhor maneira de realizá-la?
Reforma íntima parece ser um termo tipicamente espírita, desses que, quando são ditos, revela a identidade de quem disse para aqueles que lhe ouviram.
Nos núcleos de estudos espíritas, os freqüentadores mais antigos e principalmente os palestrantes espíritas estão tão acostumados com o termo que nunca se lembram que o mesmo pode ser desconhecido para os recém chegados, criando dúvida. A resposta a essa dúvida real motivou o texto abaixo.
Antes, porém, quero reafirmar que não me configuro um porta voz do espiritismo, simplesmente exponho a minha opinião de estudante, na tentativa de responder a essas duas questões, o que é reforma íntima e qual a melhor maneira de realizá-la.
A reforma íntima é a reforma o nosso eu, nosso íntimo. É a mudança para melhor, é elevar-se na condição humana deixando de ser egocêntrico (que se considera o centro do universo) e se tornando altruísta. É trocar atitudes erradas por atitudes corretas, erros por acertos que um dia se tornarão virtudes.
Aqui cabe uma nova pergunta. Porquê se fala tanto da necessidade de reforma íntima, no meio espírita?
No texto Os Bons Espíritas, item 4, capítulo XVII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec diz “Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelo esforço que faz para dominar suas más inclinações”. Ora, para vencer as más inclinações, deve-se trocar o errado pelo correto, isso é reforma íntima e é o objetivo de todos que se consideram espíritas.
Qual a melhor maneira de realizar a reforma íntima?
No Evangelho Segundo o Espiritismo, Santo Agostinho nos dá uma pista, dizendo que o método utilizado por ele era, ao chegar a noite, repassar mentalmente os fatos ocorridos durante o dia e se perguntar se não teria feito mal a alguém, se fez todo o bem que poderia ter feito e assim definir novos padrões de conduta para si.
O Exemplo de Santo Agostinho, que era estudioso de Platão e Sócrates, reflete uma frase escrita em uma parede reservada do templo grego de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”.
Das diversas formas de se conhecer a si mesmo, talvez a descrita acima não lhe agrade tanto, vamos citar outra, proferida por Divaldo Franco em uma de suas palestras mais ou menos nesses termos.
_ (…) Anote os erros que você tem e já percebe, faça uma lista (“aquele que se julga infalível está bem próximo de cometer uma falha.”). Escolha um desses erros para trabalhar (combater) durante a semana e vá combatendo um a um até que não mais existam e você possa enxergar outros.
A base para a reforma íntima é o auto-conhecimento, quanto mais nos conhecermos maiores as chances de sucesso.
Espero ter contribuído com o leitor amigo. Fica a indicação de livros da série psicológica de Joanna de Ângelis, psicografada por Divaldo Franco.

Ouça o texo:
 

A Morte...

A morte é apenas uma mudança de estado, a destruição de
uma forma frágil que não mais fornece à vida as condições
necessárias para seu funcionamento e sua evolução. Para além
do túmulo, uma outra fase da existência se abre. O espírito, sob
sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações
e encontra em seu estado mental os frutos da última
existência que findou.
A vida está por todos os lugares. A natureza inteira nos
mostra, em seu quadro maravilhoso, a renovação perpétua de
todas as coisas. Em parte alguma existe a morte, tal qual, em
geral, é considerada entre nós; em nenhuma parte existe o
aniquilamento. Nenhum ser pode morrer no seu princípio de vida,
na sua unidade consciente. O universo transborda de vida física
e psíquica. Por toda parte está o imenso formigar dos seres, a
elaboração de almas que só escapam das lentas e obscuras
preparações da matéria a fim de prosseguirem, nas etapas da
luz, na sua magnífica ascensão.
A vida do homem é como o sol das regiões polares durante o
verão: desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer
num instante no horizonte. Aparentemente é o fim; mas
logo se eleva para descrever de novo sua imensa órbita no céu.
A morte é apenas um eclipse momentâneo nessa grande revolução
de nossas existências. Mas esse instante é o suficiente
para nos revelar o sentido grave e profundo da vida. A própria
morte pode ter sua nobreza, sua grandeza. Não devemos temê-la,
e sim nos esforçar para embelezá-la, preparando-nos para ela
continuamente pela pesquisa e pela conquista da beleza moral,
a beleza do espírito, que molda o corpo e o orna com um reflexo
sublime na hora das separações supremas. A maneira pela qual cada um sabe morrer já é, por si só, uma indicação do que será,
para cada um de nós, a vida espiritual.
Há como uma luz fria e pura à cabeceira de certos leitos de
morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem emoldurar-se por
claridades do além. Um silêncio imponente se faz em volta daqueles
que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte,
sentem grandes e sérios pensamentos desprenderem-se do fundo
banal de suas impressões habituais, dando um pouco de beleza
à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse
espetáculo. Diante do corpo de um inimigo, toda animosidade é
abrandada, todo desejo de vingança desaparece. À frente de um
caixão, o perdão parece mais fácil, o dever, mais imperioso.
Toda morte é um parto, um renascimento. É a manifestação
de uma vida até então oculta em nós, vida invisível da Terra que
vai reunir-se com a vida invisível do espaço. Após um tempo de
perturbação, voltamos a nos encontrar, do outro lado do túmulo,
na plenitude de nossas faculdades e de nossa consciência,
junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou
alegres de nossa existência terrestre. O túmulo guarda apenas o
pó. Elevemos mais alto nossos pensamentos e nossas recordações,
se quisermos encontrar de novo o rastro das almas que
nos foram queridas.
Não pergunteis às pedras do sepulcro o segredo da vida.
Ficai sabendo que os ossos e as cinzas que lá permanecem não
são nada. As almas que os animaram deixaram esses lugares e
revivem sob formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível,
onde vossas preces as atingem e as comovem, elas vos
seguem com o olhar, vos respondem e vos sorriem. A revelação
espírita ensinará a vos comunicar com elas, a unir vossos sentimentos
num mesmo amor, numa esperança inexprimível.
Muitas vezes, os seres por quem chorais e que ides procurar
no cemitério estão ao vosso lado. Eles voltam e vêm cuidar de
vós, aqueles que foram o amparo de vossa juventude, que vos
embalaram nos braços, os amigos, companheiros de vossas alegrias
e de vossas dores, assim como todas as formas, todos os
meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho,
que participaram de vossa existência e levaram com eles
alguma coisa de vós mesmos, de vossa alma e de vosso coração.
Ao redor de vós flutua a multidão de homens desaparecidos
na morte, multidão agitada que revive, que vos chama e vos
mostra o caminho a ser percorrido.
Nosso progresso, nossa elevação exigem-no: temos de ficar
livres, mais dia menos dia, do envoltório carnal que, após ter prestado
a função determinada, torna-se impróprio para seguir-nos
em outros planos de nosso destino. Como é que aqueles que
acreditam na existência de uma sabedoria previdente, de um poder
ordenador – qualquer que seja, aliás, a forma que idealizem
para esse poder – podem considerar a morte como mal?
Se ela representa um papel importante na evolução dos seres,
não há de ser uma das fases desejadas por essa evolução,
o pendant * natural do nascimento, um dos elementos essenciais
do plano da vida?
O universo não pode falhar. Seu objetivo é a beleza; seus
meios são a justiça e o amor. Fortifiquemo-nos no pensamento
do futuro sem limites. A confiança em outra vida estimulará nossos
esforços e os tornará mais fecundos. Nenhuma obra elevada
e que exija paciência pode ter êxito sem a certeza do dia
seguinte. A cada vez que, ao nosso redor, a morte, em seu austero
esplendor, distribui seus golpes, torna-se um ensinamento,
um incentivo para trabalharmos e para agirmos melhor, para
aumentarmos constantemente o valor da nossa alma.
Muitas pessoas temem a morte por causa dos sofrimentos
físicos que a acompanham. Sofremos, é verdade, na doença que
acaba na morte, mas também sofremos nas doenças de que nos
curamos. No instante da morte, dizem-nos os espíritos, quase
sempre não há dor. Morre-se como se adormece. Essa opinião
é confirmada por todos aqueles a quem a profissão e o dever
chamam freqüentemente à cabeceira dos moribundos.
Entretanto, se considerarmos a calma, a serenidade de certos
doentes na hora derradeira, e a agitação convulsiva, a agonia de
outros, deve-se reconhecer que as sensações que antecedem a
morte são bastante diversas em relação aos indivíduos. Os
sofrimentos são tanto mais vivos quanto mais numerosos e
fortes são os laços que unem a alma ao corpo. Tudo o que os
pode diminuir, enfraquecer, tornará a separação mais rápida e a
mudança menos dolorosa.
Se a morte é quase sempre isenta de sofrimento para aquele
cuja vida foi nobre e bela, o mesmo não acontece com os sensuais,
os violentos, os criminosos, os suicidas.
Assim que a passagem é feita, uma espécie de perturbação,
de entorpecimento, invade a maior parte de almas que não
souberam se preparar para a partida. Nesse estado, suas faculdades
ficam veladas; só passam a perceber as coisas em meio a um
nevoeiro mais ou menos denso. A duração dessa perturbação varia
de acordo com a natureza e o valor moral delas. Pode ser muito
prolongada para as mais atrasadas e até mesmo durar vários anos.
Depois, pouco a pouco, o nevoeiro vai ficando mais claro; as percepções
se tornam mais nítidas. O espírito recupera sua lucidez;
desperta para a nova vida, a vida do espaço. Instante solene para
ele, mais decisivo, mais formidável que a hora da morte, porque,
de acordo com seu valor e seu grau de pureza, esse despertar
será calmo e delicioso ou cheio de ansiedade e sofrimento.
No estado de perturbação, a alma está consciente dos pensamentos
dirigidos a ela. Os pensamentos de amor, de caridade,
as vibrações dos corações afetuosos brilham para ela como raios
na neblina que a envolve e a ajudam a se separar dos últimos
laços que a prendem à Terra, a sair da sombra em que está imersa.
É por isso que as preces inspiradas pelo coração, ditas com
calor e convicção, especialmente as improvisadas, são fortalecedoras,
benfazejas para o espírito que deixou a vida corporal.
Pelo contrário, as orações vagas, infantis, das Igrejas, muitas
vezes não têm efeito algum. Pronunciadas maquinalmente, não
têm poder vibratório que faz do pensamento às vezes uma força
penetrante e, ao mesmo tempo, uma luz.
O cerimonial religioso em uso geralmente traz pouca ajuda e
conforto aos mortos. A ignorância das condições da sobrevivência
torna os participantes dessas manifestações indiferentes e
distraídos. É quase um escândalo ver a displicência com que se
assiste, em nossa época, a uma cerimônia fúnebre. A atitude
dos assistentes, a falta de recolhimento, as conversas banais
durante o funeral, tudo causa dolorosa impressão. Bem poucos
dos que acompanham o enterro pensam no defunto e sentem
como um dever projetar para ele um pensamento afetuoso.
As preces fervorosas de seus amigos, de seus parentes,
são bem mais eficazes para o espírito do morto do que as manifestações
do culto mais pomposo. Entretanto, não é bom nos entregarmos
desmedidamente à dor da separação. Certamente que
as lamentações da partida são legítimas e as lágrimas sinceras
são sagradas; porém, se essas lamentações são muito exageradas,
entristecem e desanimam aquele a quem são dirigidas e,
muitas vezes, testemunha delas. Em vez de lhe facilitarem o vôo
para o espaço, elas o prendem nos lugares onde sofreram e onde
ainda estão sofrendo aqueles que lhe são caros.
Pergunta-se às vezes o que se deve pensar das mortes prematuras,
das mortes acidentais, das catástrofes que destroem,
de uma só vez, numerosas existências humanas. Como conciliar
esses fatos com a idéia de plano, de previdência, de harmonia
universal? E para os que deixam voluntariamente a vida por um
ato de desespero, o que acontece? Qual é o destino dos suicidas?
As existências interrompidas prematuramente em acidentes
chegaram ao seu fim previsto. São, em geral, complementos de
existências anteriores que foram truncadas por causa de abusos
ou de excessos. Quando, em conseqüência de hábitos desregrados,
gastaram-se os recursos vitais antes da hora marcada pela natureza, deve-se voltar e completar, em uma existência
mais curta, o lapso de tempo que a existência anterior devia ter
normalmente preenchido. Acontece que os seres humanos passíveis
dessa reparação reúnem-se num ponto pela força do destino,
para resgatar numa morte trágica as conseqüências dos atos
que estão relacionados com o passado anterior ao nascimento.
Daí as mortes coletivas, as catástrofes que lançam no mundo
um aviso. Aqueles que partem assim acabaram o tempo que
tinham de viver e vão se preparar para existências melhores.
Quanto aos suicidas, a perturbação em que se encontram
mergulhados após a morte é profunda, terrível, dolorosa. A angústia
os oprime e os segue até sua reencarnação seguinte. Seu
gesto criminoso causa ao corpo fluídico, o perispírito, um abalo
violento e prolongado, que será transmitido ao organismo carnal
no renascimento. A maior parte deles volta enferma à Terra. Estando
a vida no suicida em toda a sua força, o ato brutal que a
despedaça produzirá longas repercussões em seu estado
vibratório e determinará doenças ou desequilíbrios nervosos em
suas futuras vidas terrestres.
O suicida procura o nada e o esquecimento de todas as coisas,
mas se defronta, ao contrário, em face de sua consciência,
na qual permanece gravada, para todo o sempre, a lembrança
lastimável de ter fugido do combate da vida. A prova mais dura, o
sofrimento mais cruel que haja na Terra, é preferível a essa perpétua
mancha da alma, à vergonha de não poder mais se prezar.
A destruição violenta de recursos físicos que ainda lhe poderiam
ser úteis e até mesmo fecundos não livra o suicida das provas de
que quis fugir, porque ele terá que reatar a cadeia quebrada de
suas existências e tornar a passar pela série inevitável das provas,
agravadas por atos e conseqüências que ele mesmo causou.
Os motivos do suicídio são de ordem passageira e humana;
as razões de viver são de ordem eterna e sobre-humana. A vida,
resultado de todo um passado, instrumento do futuro, é, para cada
um de nós, o que ela deve ser na balança infalível do destino.
Aceitemos com coragem a sucessão dos fatos, que são outros
tantos remédios para nossas imperfeições, e saibamos esperar
com paciência a hora fixada pela lei justa para o encerramento
de nossa permanência na Terra.
O conhecimento que pudemos adquirir das condições da vida
futura exerce uma grande influência sobre nossos últimos momentos.
Ele nos dá mais segurança; abrevia a separação da alma.
Para se preparar utilmente para a vida
do além, é preciso não apenas estar
convencido de sua realidade, mas também
compreender suas leis, ver com o
pensamento as vantagens e as conseqüências
de nossos esforços para o
ideal moral. Nossos estudos psíquicos,
as relações estabelecidas durante a
vida com o mundo invisível, nossas
aspirações a modos de existência mais
elevados desenvolvem nossas faculdades
adormecidas e, quando chega a
hora definitiva, estando a separação corporal já em parte efetuada,
a perturbação tem pouca duração. O espírito se reconhece
rapidamente; tudo o que vê lhe é familiar; adapta-se sem esforço
e sem emoção às condições de seu novo meio.
Quando se aproxima a hora derradeira, os moribundos
muitas vezes entram em posse de seus sentidos psíquicos
e percebem os seres e as coisas do invisível.

LÉON DENIS. Trecho do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 

----
O Espiritismo
www.oespiritismo.com.br