sábado, 12 de março de 2011

Carnaval...

O Espírita deve afastar-se de festas lamentáveis, como aquelas que
assinalam a passagem do carnaval, inclusive as que se destaquem pelos
excessos de gula, desregramento ou manifestações exteriores espetaculares.

A verdadeira alegria não foge da temperança.

Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Waldo Vieira. Do livro: Conduta Espírita 
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SOBRE O CARNAVAL


Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.

É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização.

Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.

Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretenciosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.

Emmanuel (espírito)

Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939
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CARNAVAL


Chegou a hora de um novo carnaval, mas este que vai começar agora não será como os outros. Desta vez, a festa da carne já não será tão caracterizada pelo disfarce das fantasias, com as quais as potências malignas sempre se esmeraram em camuflar e colorir os seus mais temíveis propósitos. As máscaras não são mais tão necessárias, nem mesmo desejáveis. Agora a nudez é a norma, com toda a sua agressiva desfaçatez. Não apenas a nudez de corpos frenéticos, a nudez da carne soberana e sem freios, mas sobretudo a nudez dos pensamentos que se descobrem, acintosamente, sem qualquer pudor, na ostensiva clareza das pretensões mais abjetas.

Neste fim de tempos, com a permissão divina, para a necessária triagem, que vai finalmente separar o joio do trigo, o mal dispensa as velhas armaduras e não teme mostrar-se na completa arrogância da sua fria crueza.

O crime não escolhe mais nem hora, nem meios, nem ambientes, nem vitimas.

A festa que se prenuncia é de carne, mas de carne sangrenta, sofrida e humilhada, de carne em processo de franca decomposição, ainda antes do processo da morte física.

A violência já armou o seu cenário no grande palco do mundo e a função não tardará a começar, Nos bastidores da realidade, já começou, e dentro em pouco a cortina das conveniências será rasgada, para que o drama vingue, infrene, em toda a sua arrasadora plenitude.

A subida dos infernos é como o levantar-se do lodo dos abismos, que tolda todas as águas, antes de cristalina aparência. Não se poderia, no entanto, purificar verdadeiramente os mananciais, sem que o lodo do fundo fosse antes trazido à superfície, para ser então coado.

Os espíritos prevenidos, que tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, agirão como aquelas criaturas prudentes a que os Evangelhos se referem, ao invés de deixar-se arrastar pela correnteza das aluviões sem freio e sem rumo.

Depois das orgias e dos excessos, das violências e dos enganosos triunfos da força humana, virão as lágrimas redentoras e as penas merecidas, mas a noite se escoará, com todas as suas amarguras, nas claridades sublimes e definitivas da Nova Era Cristã.

É bem de ver que, para os discípulos leais a Jesus, as horas que se aproximem, tão ansiosamente aguardadas pelos gozadores e pelos velhacos, não serão de festa, mas de vigília, de jejum e de oração, de testemunhos de renúncia e de coragem.

Isso será, porém, altamente compensador, porque é vindo o momento anunciado em que os habitantes dos "vales" devem fugir para os "montes".

Em face da turbulência que se avizinha, nós vos almejamos muita paz ao coração. E enquanto os tambores, os clarins, as balas e os impropérios estiverem poluindo o ar da Terra, que haja no íntimo de nossas almas, a ecoar como música celeste, o som excelso das promessas de amor de Nosso pai.

Áureo (espírito) / psicografia de Hernani Santana
Livro: Correio entre dois mundos
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O Espiritismo
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