Folha
Espirita - Maio 2011
Entrevista
de Geraldo Lemos Neto por Marlene Nobre
Em
razão da gravidade do assunto, trazemos aos leitores da Folha
Espírita a revelação feita pelo mais importante médium da
história humana, Francisco Cândido Xavier, a Geraldo Lemos Neto,
fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo (MG), e da Vinha
de Luz Editora, de Belo Horizonte (MG), em 1986, sobre o futuro que
está reservado ao planeta Terra e a todos os seus habitantes nos
próximos anos.
“Há muito tempo carrego este fardo comigo e
sempre me preocupei no sentido de que Chico Xavier não me falaria
tudo o que relato nesta edição da Folha Espírita à toa, senão
com uma finalidade específica. Na ocasião da conversa que descrevo
nas páginas seguintes, senti que minha mente estava recebendo um
tratamento mnemônico diferente para que não viesse a esquecer
aquelas palavras proféticas, e que, em momento oportuno do futuro,
eu seria chamado a testemunhá-las.
Estou aqui na condição
de um carteiro, ou melhor dizendo, de um mensageiro de um cartório
de notas a quem fosse confiada a tarefa de entregar determinada
notificação por ordem de uma autoridade superior. Consciente da
importância do que me foi confiado às mãos, entrego-o hoje em sua
completude aos nossos irmãos em humanidade, na certeza de que estou
cumprindo um dever e nada mais. O seu conteúdo não foi lavrado por
mim e sim pelo maior médium que a humanidade conheceu desde os
tempos do Cristo, que é Chico Xavier. Guardo a certeza de que o
médium, por sua vez, o receberá por parte da Grande Comunidade
dos Praticantes do Evangelho de Jesus no Mais Além.”
Ano-limite do mundo
velho
por
Marlene Nobre
O
tema da transformação da Terra de mundo de expiação e provas para
mundo de regeneração, levantado pelo próprio codificador da
Doutrina Espírita, Allan Kardec, sempre interessou e intrigou
Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro
Leopoldo (MG).
Com 19 anos de idade, já tendo lido e estudado
toda a obra de Kardec, conheceu o médium Chico Xavier, amigo da
família desde os tempos de sua meninice em Pedro Leopoldo. “Naquela
época, como já havia ouvido inúmeros casos relativos a sua
mediunidade e caridade para com o próximo,tinha muita vontade de
conhecê-lo e ouvi-lo pessoalmente, o que de fato ocorreu em outubro
de 1981, em São Paulo”, lembra Lemos Neto. A partir daquele
primeiro encontro, uma grande afinidade os ligou, conforme conta, o
que fez com que o também fundador da Editora Vinha de Luz o
visitasse regularmente em Uberaba (MG), acompanhado de
familiares.
Em 1984 Lemos Neto casou-se com Eliana, irmã de
Vivaldo da Cunha Borges, que morava com Chico Xavier desde 1968 e
diagramava todos os seus livros. A partir de então, passou a
desfrutar de uma intimidade maior com Chico em Uberaba, visitando-o
com mais frequência e hospedando-se em sua residência. “Posso
dizer que essa época foi para meu coração um verdadeiro tesouro
dos céus.
Recordo-me até hoje daqueles anos de convivência
amorosa e instrutiva na companhia do sábio médium e amigo com
profunda gratidão a Deus, que me permitiu semelhante concessão por
acréscimo de Sua Misericórdia Infinita. Assim, tive a felicidade de
conviver na intimidade com Chico Xavier,dialogando com ele vezes sem
conta, madrugada a dentro, sobre variados assuntos de nossos
interesses comuns, notadamente sobre esclarecimentos palpitantes
acerca da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus”,
recorda.
Um
desses temas, como lembra Lemos Neto, foi em relação ao Apocalipse,
do Novo Testamento. “Sempre me assombrei com o tema, relatando a
Chico Xavier minha dificuldade de entender o livro sagrado escrito
pela mediunidade de João Evangelista. Desde então, em nossos
colóquios, Chico Xavier tinha sempre uma ou outra palavra
esclarecedora sobre o assunto, pontuando esse ou aquele versículo e
fazendo-me compreender, aos poucos, o momento de transição pelo
qual passa o nosso orbe planetário, a caminho da regeneração”,
afi rma.
Foi
em uma dessas conversas habituais, lembrando o livro de sua
psicografia, Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho,
escrito pelo espírito Humberto de Campos, que Lemos Neto externou ao
médium sua dúvida quanto ao título do livro, uma vez que ainda
naquela ocasião, em meados da década de 80, o Brasil vivia às
voltas com a hiperinflação, a miséria, a fome, as grandes
disparidades sociais, o descontrole político e econômico, sem falar
nos escândalos de corrupção e no atraso cultural.
“Lembro-me,
como hoje, a expressão surpresa do Chico me respondendo: ‘Ora,
Geraldinho, você está querendo privilégios para a Pátria do
Evangelho, quando o fundador do Evangelho, que é Nosso Senhor
Jesus Cristo, viveu na pobreza, cercado de doentes e necessitados de
toda ordem, experimentou toda a sorte de vicissitudes e perseguições
para ser supliciado quase abandonado pelos seus amigos mais próximos
e morrer crucificado entre dois ladrões? Não nos esqueçamos de que
o fundador do Evangelho atravessou toda sorte de provações, padeceu
o martírio da cruz, mas depois ele largou a cruz e ressuscitou
para a Vida Imortal! Isso deve servir de roteiro para a Pátria do
Evangelho. Um dia haveremos de ressuscitar das cinzas de nosso
próprio sacrifício para demonstrar ao mundo inteiro a imortalidade
gloriosa!’”, esclareceu.
Sobre
essas e outras revelações feitas a ele por Chico Xavier sobre fatos
relacionados ao ano em que se dará a grande transformação do nosso
planeta, Lemos Neto fala mais abaixo:
Folha
Espírita – No livro A Caminho da Luz, nosso benfeitor Emmanuel já
havia previsto que no século XX haveria mais uma reunião dos
Espíritos Puros e Eleitos do Senhor, a fim de decidirem quanto aos
destinos da Terra. A reunião aconteceu e a ela compareceram Chico e
Emmanuel – os missionários que trabalham abnegadamente, por
séculos a fio, em favor da renovação humana. Quais os resultados
dessa reunião?
Geraldo
Lemos Neto – Na sequência da nossa conversa, perguntei ao Chico o
que ele queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do
Brasil.
Estaria ele a prever o futuro de nossa nação e do mundo?
Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando cenas distantes
e, depois de algum tempo, retornou para dizer-nos: “Você se
lembra, Geraldinho, do livro de Emmanuel A Caminho da Luz? Nas
páginas finais da narrativa de nosso benfeitor, no capítulo XXIV,
cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições? Nele,
Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos
falavam
de uma nova reunião da comunidade das potências
angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus um dos membros divinos,
e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na atmosfera
terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a
nossa humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do
nosso mundo.
Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de
1938 e estou informado que essa reunião de fato já ocorreu. Ela se
deu quando o homem finalmente ingressou na comunidade planetária,
deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o
solo lunar.
O
homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a
possibilidade de viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de
julho de 1969.
Naquela
ocasião, o Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus
Cristo, ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso Sistema
Solar, convocara uma reunião destinada a deliberar sobre o futuro de
nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que depois de
muitos diálogos e debates entre eles foram dadas diversas sugestões
e, ao final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder
uma última chance à comunidade terráquea, uma última moratória
para a atual civilização no planeta Terra. Todas
as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do
século XX foram então suspensas, pela
Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma última
chance de progresso moral.
O curioso é que nós vamos
reconhecer nos Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período
atual, em que estamos vivendo, como a undécima hora ou a hora
derradeira, ou mesmo a chamada última hora.”
FE
– Como você reagiu diante da descrição do que acontecerá, nessa
reunião nas Altas Esferas?
Geraldinho
– Extremamente curioso com o desenrolar do relato de Chico Xavier,
perguntei-lhe sobre qual fora então as deliberações de Jesus, e
ele me respondeu: “Nosso
Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade
terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a
findar-se em julho de 2019.
Ordenou Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem
mais diretamente na manutenção da paz entre os povos e as nações
terrestres, com a finalidade de colaborar para que nós
ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema
Solar, como um mundo mais regenerado, ao final desse
período.
Algumas potências angélicas de outros orbes de
nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e foi então
que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para
os homens e as nações da vanguarda terrestre.
Segundo
a imposição do Cristo, as nações mais desenvolvidas e
responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às
outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se
lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. A face da Terra
deveria evitar a todo custo a chamada III Guerra Mundial.
Segundo
a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas,
durante este período de 50 anos, aprendessem a arte do bom convívio
e da fraternidade, evitando
uma guerra de destruição nuclear,
o mundo terrestre estaria enfim admitido na comunidade planetária do
Sistema Solar como um mundo em regeneração. Nenhum de nós pode
prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de
julho de
2019,
se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais
desenvolvidas e cultas!”
FE
– Quais são os acontecimentos que podemos prever com essas
revelações para a Terra?
Geraldinho
– Perguntei, então, ao Chico a que avanços ele se referia e ele
me respondeu: “Nós alcançaremos a solução para todos os
problemas de ordem social, como a solução para a pobreza e a fome
que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as
doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços
da Medicina; o homem terrestre terá amplo e total acesso à
informação e à cultura, que se fará mais generalizada;
também
os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a
permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente,
colaborando conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até então
inimagináveis ao nosso atual estágio de desenvolvimento científi
co; haveremos de fabricar aparelhos que nos facilitarão o contato
com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa conversa
com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim
estaríamos diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa
fase de espiritualização e beleza para os destinos de nosso
planeta.”
Foi
então que, fazendo as vezes de advogado do diabo, perguntei a ele:
Chico, até agora você tem me falado apenas da melhor hipótese, que
é esta em que a humanidade terrestre permaneceria em paz até o fim
daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer o caso das nações
terrestres se lançarem a uma guerra nuclear?
“Ah!
Geraldinho, caso a humanidade encarnada decida seguir o infeliz
caminho da III Guerra mundial, uma guerra nuclear de consequências
imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob
os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos
nossos homens de ciência. O homem começaria a III Guerra, mas
quem iria terminá-la seriam as forças telúricas da natureza, da
própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos defrontados
então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis)
consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito extintos;
enfrentaríamos degelos arrasadores que avassalariam os polos do
globo com trágicos resultados para as zonas costeiras, devido à
elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas
às irradiações nucleares nefastas acabariam por tornar totalmente
inabitável todo o Hemisfério Norte de nosso globo terrestre.”
O que aconteceria
especifi camente com o Brasil?
Em
certa ocasião, Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier,
de Pedro Leopoldo (MG), fez essa mesma pergunta a Chico
Xavier.
Segundo o médium, “em todas as duas situações, o
Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização
planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em
importância sociocultural, política e econômica perante a
comunidade das nações. Não só seremos o celeiro alimentício e de
matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética
com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da
Petrobras uma das maiores empresas do mundo.” E prosseguiu Chico:
“O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no
cenário global, isso terá como consequência a elevação da
cultura brasileira ao cenário internacional e, a reboque, os livros
do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no seu
desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações
também. Agora, caso ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte
do planeta tornando-se inabitável, grandes fluxos migratórios se
formariam então para o Hemisfério Sul, onde se situa o Brasil, que
então seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de
Pátria do Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão
e a compreensão espiritual perante os povos migrantes. A Nova Era da
Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu
esplendor de conquistas científi cas e morais, porque seria
necessário mais um longo período de reconstrução de nossas nações
e sociedades, forçadas a se reorganizarem em seus fundamentos mais
básicos.”
FE
– Segundo Chico Xavier, esses fluxos migratórios seriam
pacíficos?
Geraldinho
- Infelizmente não. Segundo Chico me revelou, o que restasse da ONU
acabaria por decidir a invasão das nações do Hemisfério Sul,
incluindo-se aí obviamente o Brasil e o restante da América do Sul,
a Austrália e o sul da África, a fim de que nossas nações fossem
ocupadas militarmente e divididas entre os sobreviventes do
holocausto no Hemisfério Norte. Aí é que nós, brasileiros,
iríamos ser chamados a exemplificar a verdadeira fraternidade
cristã, entendendo que nossos irmãos do Norte, embora invasores a
“mano militare”, não deixariam de estar sobrecarregados e
aflitos com as consequências nefastas da guerra e das hecatombes
telúricas, e, portanto, ainda assim, devendo ser considerados nossos
irmãos do caminho, necessitados de apoio e arrimo, compreensão e
amor. Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e
completou: “Nosso
Brasil como o conhecemos hoje será então desfigurado e dividido em
quatro nações distintas. Somente uma quarta parte de nosso
território permanecerá conosco e aos brasileiros restarão apenas
os Estados do Sudeste somados a Goiás e ao Distrito Federal.
Os norteamericanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da
Região Norte do País, em sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os
europeus virão ocupar os Estados da Região Sul do Brasil unindo-os
ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente
chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste,
em conexão com o Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os
Estados do Nordeste brasileiro serão ocupados pelos russos e
povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo esse
intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos
forçados a reconhecer que temos muito que aprender com os povos
invasores. Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos
ensinar o respeito às leis, o amor ao direito, à ciência e ao
trabalho. Os europeus, de uma forma geral, poderão nos trazer o amor
à filosofi a, à música erudita, à educação, à história e à
cultura.
Os asiáticos poderão incorporar à nossa gente suas
mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à honra,
aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós
brasileiros, ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais
altos valores de espiritualidade que, mercê de Deus, entesouramos no
coração fraterno e amigo de nossa gente simples e humilde, essa
gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar
cumprimento aos desígnios
de Deus e demonstrar a todos os povos
do planeta a fé na Vida Superior, testemunhando a continuidade da
vida além-túmulo e o exercício sereno e nobre da mediunidade com
Jesus.”
FE
– O Brasil, embora sofrendo o impacto moral dessa ocupação
estrangeira, estaria imune aos movimentos telúricos da
Terra?
Geraldinho
– Infelizmente, não. Segundo Chico Xavier, o Brasil não terá
privilégios e sofrerá também os efeitos de terremotos
e tsunamis, notadamente nas zonas costeiras.
Acontece que, de acordo com o médium, o impacto por aqui será bem
menor se comparado com o que sobrevirá no Hemisfério Norte do
planeta.
FE
– Por tudo que se depreende da fala de Chico Xavier, você também
crê que a ida do homem à Lua, em julho de 1969, tenha precipitado
de certa forma a preocupação com as conquistas científicas dos
humanos, que poderiam colocar em risco o equilíbrio do Sistema
Solar?
Geraldinho
– Sim, creio que a revelação de Chico Xavier a respeito traz, nas
entrelinhas, essa preocupação celeste quanto às possíveis
interferências dos humanos terráqueos nos destinos do equilíbrio
planetário em nosso Sistema Solar. Pelo que Chico Xavier falou,
alguns dos seres angélicos de outros orbes planetários não
estariam dispostos a nos dar mais este prazo de 50 anos, que vencerá
daqui a apenas oito anos, temerosos talvez de nossas nefastas e
perniciosas influências. Essa última hora bem que poderia ser por
nós considerada como a última bênção misericordiosa de Jesus
Cristo em nosso favor, uma vez que, pela explicação de Chico
Xavier, foi ele, Nosso
Senhor, quem advogou em favor de nossa causa,
ainda uma vez mais.
FE
– A reunião da comunidade celeste teria decidido algo mais,
segundo a exposição de Chico Xavier?
Geraldinho
– Sim. Outra decisão dos benfeitores espirituais da Vida Maior foi
a que determinou que, após o alvorecer do ano 2000 da Era Cristã,
os espíritos empedernidos no mal e na ignorância não mais
receberiam a permissão para reencarnar na face da Terra. Reencarnar
aqui, a partir dessa data, equivaleria a um valioso prêmio justo,
destinado apenas aos espíritos mais fortes e preparados, que
souberam amealhar, no transcurso de múltiplas
reencarnações, conquistas espirituais relevantes como a
mansidão, a brandura, o amor à paz e à concórdia fraternal entre
povos e nações.
Insere-se dentro dessa programação de ordem superior a própria
reencarnação do mentor espiritual de Chico Xavier, o espírito
Emmanuel, que, de fato, veio a renascer, segundo Chico informou a
variados amigos mais próximos, exatamente no ano 2000.
Certamente, Emmanuel, reencarnado aqui no coração do Brasil, haverá
de desempenhar significativo papel na evolução espiritual de nosso
orbe.
Todos os demais espíritos, recalcitrantes no mal,
seriam então, a partir de 2000, encaminhados forçosamente à
reencarnação em mundos mais atrasados, de expiações e de provas
aspérrimas, ou mesmo em mundos primitivos, vivenciando ainda o
estágio do homem das cavernas, para poderem purgar os seus desmandos
e a sua insubmissão aos desígnios superiores. Chico
Xavier tinha conhecimento desses mundos para onde os espíritos
renitentes estariam sendo degredados. Segundo
ele, o maior desses planetas se chamaria Kírom ou Quírom.
FE
– Praticamente só nos restam oito anos pela frente. Emmanuel fala
na entrevista da década de 1950, já publicada nestas páginas, que
é urgente a transformação moral da humanidade. Qual deve ser a
nossa conduta frente a revelações tão assustadoras e ao conselho
do mentor?
Geraldinho
– Então, caríssima Marlene, a última hora está de fato aí
demonstrada. Basta termos “olhos de ver e ouvidos de ouvir”,
segundo a assertiva de Jesus. É a nossa última chance, é a última
hora... Não há mais tempo para o materialismo. Não há mais tempo
para ilusões ou enganos imediatistas.
Ou seguiremos com a Luz
que efetivamente buscarmos, ou nos afundaremos nas sombras de nossa
própria ignorância. Que será de nós? A resposta está em nosso
livre-arbítrio, individual e coletivo.
É a nossa escolha de
hoje que vai gerar o nosso destino. Poderemos optar pelo melhor
caminho, o da fraternidade, da sabedoria e do amor, e a regeneração
chegará para nós de forma brilhante a partir de 2019; ou poderemos
simplesmente escolher o caminho do sofrimento e da dor e, neste caso
infeliz, teremos um longo período de reconstrução que poderá
durar mais de mil anos, segundo Chico Xavier.
Entretanto,
sejamos otimistas. Lembremo-nos que deste período de 50 anos já se
passaram 42 anos em que as nações mais desenvolvidas e responsáveis
do planeta conseguiram se suportar umas às outras sem se lançarem a
uma guerra de extermínio nuclear.
Essa
era a pré-condição imposta por Jesus. Até aqui seguimos bem,
embora entre trancos e barrancos. Faltam-nos hoje apenas o percurso
da última milha, os últimos oito anos deste período de exceção e
misericórdia do Altíssimo. Oxalá prossigamos na melhor
companhia!
Como poderemos facilmente concluir, tudo dependerá,
em última análise, de nossas próprias escolhas, enquanto entidades
individuais ou coletivas, para nosso progresso e ascensão
espiritual. É o “A cada um será dado segundo as suas próprias
obras!” que o Cristo nos ensinou.
Não
estamos entregues à fatalidade nem predeterminados ao sofrimento.
Estamos diante de uma encruzilhada do destino coletivo que nos une à
nossa casa planetária, aqui na Terra.
Temos diante de nós
dois caminhos a seguir. O caminho do amor e da sabedoria nos levará
a mais rápida ascensão espiritual coletiva. O caminho do ódio e da
ignorância acarretar-nos-á mais amplo dispêndio de séculos na
reconstrução material e espiritual de nossas coletividades. Tudo
virá de acordo com nossas escolhas de agora, individuais e
coletivas. Oremos muito para que os Benfeitores da Vida Maior
continuem a nos ajudar e incentivar a seguir pelo Caminho da Verdade
e da Vida. O próprio espírito Emmanuel, através de Chico Xavier,
respondendo a uma entrevista já publicada em livro nos diz que as
profecias são reveladas aos homens para não
serem
cumpridas.
São na realidade um grande aviso espiritual para que nos melhoremos
e afastemos de nós a hipótese do pior caminho.”
Compartilho
com os leitores da Folha Espírita mensagem de nosso benfeitor
espiritual Theophorus, psicografada por nosso intermédio, na noite
de 14 de
agosto de 2006 em reunião pública no Centro Espírita
Luz, Amor e Caridade, de Belo Horizonte (MG). Com o título A Terra
da Promissão, seu conteúdo versa exatamente sobre o tema desta
entrevista.
A Terra da Promissão
Irmãos,
Na
abertura do Capítulo IX de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
Allan Kardec, com muita propriedade, escolheu a frase inesquecível
de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Bem-aventurados os mansos, porque
eles herdarão a terra!”
Por
muitos séculos, a frase augusta do divino Mestre restou não
compreendida pela coletividade cristã na face terrestre. Afinal, que
terra prometida é essa a que se refere o Cristo, reservando-a aos
brandos de coração e aos humildes do espírito?
Não obstante o
aspecto profundo, muitas vezes atribuindo às palavras iluminadas de
Jesus de Nazaré o sentido figurado, em que muitos estudiosos
da letra cristã consideraram essa terra sob o significado
espiritual da terra simbólica da paz reinante nos corações dos
justos, forçoso é reconhecermos que o real alcance da promessa
do Cristo a esse respeito vai mais longe. Os mundos, estâncias de
trabalho e aperfeiçoamento que enxameiam a colmeia universal da
Criação divina, também progridem espiritualmente, galgando novos
postos de serviço como educandários valiosos dos espíritos de
suas humanidades correlatas, em contínuo processo de ascensão. À
medida que avançam as noções superiores do espírito encarnado,
levantando o próprio olhar para as realidades da vida
imperecível, soa o clarim de uma nova era para as coletividades
humanas sedentas de paz e de progresso.
É chegado o momento de
novo degrau evolutivo para a casa planetária a que chamamos Terra. O
prazo de 20 séculos da mensagem espiritual do Mestre
inesquecível, desde sua passagem renovadora às margens do mar da
Galileia, chegará no próximo ano de 2030.
Desde
o advento do novo século XXI, por determinação superior, apenas
têm acesso à porta da reencarnação os espíritos que atingiram em
suas conquistas espirituais a mansidão, a brandura e a humildade.
Aqueles que não souberam adquirir esses patrimônios morais na
contabilidade de seus créditos pessoais,no transcurso de suas
sucessivas reencarnações em 20 séculos de vida cristã na face da
Terra, serão, como já estão sendo, conduzidos a mundos de expiação
e provas que se lhes afinem com as tendências inferiores e
infelizes. Os bons alunos, que se têm esforçado por domar as suas
más tendências, reajustando-se-lhes os corações em sintonia com o
amor universal e a sabedoria de todos os tempos, são estes que o
divino Mestre apelida de brandos e humildes, mansos e pacíficos,
que hão de herdar a nova Terra. Muitos deles já estão entre vós,
apresentando-se com a infância natural de seus primeiros anos de
crianças terrestres. À medida que forem chegando à juventude e à
madureza, contudo, assumirão cada vez mais o relevante papel para
o qual foram chamados na sociedade terrestre, o que imprimirá
vigorosa transformação no ambiente conturbado que ainda vos
envolve o cotidiano. Aproxima-se a fase final desta transição que
haverá de elevar a Terra à condição de “mundo regenerado”
para a qual se destina. Este período final será justamente
aquele entre o centésimo aniversário do nascimento do apóstolo
consolador Chico Xavier, a comemorar-se no próximo ano de 2010, em 2
de abril, e o aniversário do bicentenário do advento do Consolador
prometido pelo Cristo, a comemorar-se no futuro ano de 2057, mais
precisamente no dia 18 de abril.
Até lá ainda experimentareis os
estertores da vida sombria dos sentimentos inferiores que ainda vos
circundam a existência, fadada, invariavelmente, a ser varrida da
nova Terra pela presença da Luz. Estejamos, pois, confiantes que
Jesus, nosso divino Mestre, está no leme de nossa
embarcação planetária, conduzindo-a ao porto seguro da paz e da
esperança, da alegria e do amor, que haverá de nos irmanar, uns aos
outros, como genuínos herdeiros
dessa nova humanidade. Irmãos,
amigos queridos e companheiros de jornada, façamos, pois, nossa
parte para merecê-la!
Theophorus
1 - Mateus, 5: 5.
(Mensagem
psicografada em reunião pública no
Centro
Espírita Luz, Amor e Caridade, na noite de14 de agosto de 2006, por
Geraldo Lemos Neto)