Quem visse aquele homem adquirindo tantos brinquedos, logo pensaria: Nossa! Ele deve ter muitos filhos e sobrinhos.
Contudo, o cardiologista do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, não tem filhos.
Há
mais de uma década, ele repete o mesmo ritual. Ao longo do ano, vai
comprando centenas de brinquedos e os estoca num dos quartos do seu
apartamento, em Copacabana. São bolas, petecas, carrinhos e bonecas.
Na
semana que antecede o Natal, ele retira todos os brinquedos do quarto,
separa-os por sexo e faixa etária e os coloca em grandes sacos
vermelhos.
Então, com a ajuda de enfermeiras e residentes do hospital, ele distribui os presentes entre as crianças internadas.
Não custa nada você tirar alguns dias do ano para distribuir alegria e calor humano entre os pacientes de um hospital, comenta ele.
Naturalmente, dedicando-se a promover essas alegrias, há treze anos, ele tem histórias muito interessantes para contar.
Histórias de vidas enriquecidas por seus gestos de desprendimento e dedicação, além do dever.
Em
uma de suas entregas, por exemplo, um menino, vítima de atropelamento,
ao receber a visita do médico, muito bem disfarçado, disse que tinha um
sonho.
Desejava
ganhar um carrinho de controle remoto. Por uma dessas coincidências que
só Deus sabe e que nós costumamos dizer que sempre acontece em filmes
natalinos, doutor Edy lembrou que tinha, entre tantos presentes, um
carrinho de controle remoto.
A
alegria da criança foi tamanha que, conta o cardiologista, se ele não
estivesse engessado, teria saído pulando pela enfermaria.
Depois
de tantos anos dedicados à medicina, doutor Edy se atreve a afirmar que
os medicamentos respondem somente por vinte por cento do tratamento.
Os outros oitenta por cento dependem do atendimento caloroso e humanizado que os médicos oferecem ao paciente.
* * *
Um
certo médico extraordinário, que andou pela Terra, há mais de dois mil
anos, já recomendara o amor e a alegria como terapia de excelência para
todos os seres humanos.
Alegrai-vos, recomendava. Amai-vos, como Eu vos amei.
Esse médico galileu, formado na universidade do amor, sabia que o ser humano necessita de amor e alegria.
O amor lhe sustenta a vida e não há quem dele possa prescindir.
A alegria é nota harmônica, igualmente imprescindível para a sinfonia da vida.
Por
isso, espalhemos amor onde nos encontremos, sorrindo, abraçando,
acolhendo os nossos amados, enquanto aprendemos a amar aos que nos
cruzem o caminho.
Também
sejamos portadores de alegrias a quem lida com a tragédia e a dor,
todos os dias: bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros, atendentes.
E,
neste Natal, em nome de um Celeste Menino, espalhemos a alegria da
nossa gratidão em suas vidas, em gratidão por nossas próprias vidas.
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Fonte: Redação do Momento Espírita, com base no artigo Espírito de caridade - médico das
crianças, de Gary Sledge, de Seleções Reader’s Digest, de dezembro de 2010.
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